
Os projetos pensados para o Centro Antigo de Salvador (CAS), apresentados pelos arquitetos Beatriz Lima e Itamar Kalil, apontaram os problemas sociais no entorno e em 170 equipamentos culturais visitados. “Uma pesquisa realizada na cidade apontou o maior índice (4,2) de acessibilidade na Praça do Campo Grande. Esse indicador, que determinamos entre 0 a 10, não é considerado satisfatório”. O centro Antigo possui 7mk2 e já perdeu 54 mil residentes conforme dados apresentados por Lima. Os problemas sociais foram levantados para compor um plano de revitalização do Pelourinho por meio de alternativas sustentáveis. “Segundo uma pesquisa da CODESAL(2009), 224 imóveis estão fechados e 50% abrigam eles apresentam alto risco de desabamento. Além disso, os preços trabalhados nos produtos e serviços do Centro Histórico está entre os mais caros da cidade” explicou a arquiteta. Kalil lembrou que dos 25 milhões de deficientes do Brasil, mais de 5 milhões possuem deficiência motora e 70% desse total vive abaixa da linha da pobreza. “Precisamos deixar muito claro que a questão da locomoção é mais que transporte e trânsito”, alertou.
A mesma realidade constatou a teóloga Zenira Rebouças, militante do segmento das pessoas com deficiência. “O Sonho de técnicos não é o dos gestores. Na prática existem muitos documentos que pregam a legalidade de acesso, mas na prática, somos nós que sabemos como é andar na cidade. Não consigo nem descer uma rampa de frente. Na revitalização da região do Comércio não existe rampas para cadeirantes, nem banheiros acessíveis”. Segundo Rebouças, o poder público precisa repensar as políticas que planejam e constroem a cidade só para alguns. “Salvador deve ser de todos!”, diz.
Escadas que excluem - A questão das escadas foi assunto discutido pela convidada de Porto Alegre, a arquiteta Flávia Boni Licht, que falou desse, segundo ela, dificultador aquitetônico urbanístico. “A escada que foi criada para ser um facilitador de locomoção e unir dois pontos e pessoas, se torna uma barreira em algumas situações. Aqui, ela é tratada como elemento de segregação”, afirma. Desde as suas origens, segundo a arquiteta, no Egito Antigo durante as construções das pirâmides, a escada servia tanto para guardar segredos e tesouros, como para dificultar o acesso a essas relíquias. “Esse equipamento urbano, existente nas vias de acessos de alguns museus, por exemplo, ditam quem pode e quem não tem permissão para estar presente em um lugar”. Licht acredita que as intervenções nos edifícios preservados como patrimônio cultural são bens vindas se mantidas as relações originais de um monumento.
Leia sobre a mesa redonda que encerrou o seminário no próximo post
Helane Bomfim
Ascom / Crea-BA
A mesma realidade constatou a teóloga Zenira Rebouças, militante do segmento das pessoas com deficiência. “O Sonho de técnicos não é o dos gestores. Na prática existem muitos documentos que pregam a legalidade de acesso, mas na prática, somos nós que sabemos como é andar na cidade. Não consigo nem descer uma rampa de frente. Na revitalização da região do Comércio não existe rampas para cadeirantes, nem banheiros acessíveis”. Segundo Rebouças, o poder público precisa repensar as políticas que planejam e constroem a cidade só para alguns. “Salvador deve ser de todos!”, diz.
Escadas que excluem - A questão das escadas foi assunto discutido pela convidada de Porto Alegre, a arquiteta Flávia Boni Licht, que falou desse, segundo ela, dificultador aquitetônico urbanístico. “A escada que foi criada para ser um facilitador de locomoção e unir dois pontos e pessoas, se torna uma barreira em algumas situações. Aqui, ela é tratada como elemento de segregação”, afirma. Desde as suas origens, segundo a arquiteta, no Egito Antigo durante as construções das pirâmides, a escada servia tanto para guardar segredos e tesouros, como para dificultar o acesso a essas relíquias. “Esse equipamento urbano, existente nas vias de acessos de alguns museus, por exemplo, ditam quem pode e quem não tem permissão para estar presente em um lugar”. Licht acredita que as intervenções nos edifícios preservados como patrimônio cultural são bens vindas se mantidas as relações originais de um monumento.
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Helane Bomfim
Ascom / Crea-BA
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