segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Acessibilidade - Parte I


Alternativas para preservar os imóveis tombados e adaptá-los para atender as necessidades dos portadores de deficiência nortearam os debates do Seminário de Acessibilidade no Patrimônio Histórico e Cultural, aberto ao público, na quinta-feira (19), no auditório do Crea-BA. Durante toda a tarde, especialistas de vários estados brasileiros discutiram os entraves legislativos que impedem que medidas de acessibilidade sejam instituídas em edificações tombadas. O presidente da casa, Jonas Dantas, ressaltou que o encontro busca o alinhamento entre os profissionais envolvidos nas questões de acessibilidade da capital e especificamente no Centro histórico. “Essa iniciativa começou há três anos, com ações focadas na resolução dos problemas relacionados às barreiras físicas que promovem a exclusão social tanto para população baiana quanto àqueles que nos visitam”. Para Dantas, a necessidade de readequação do espaço urbano para reduzir os transtornos de locomoção se faz presente embate de ideias sobre o assunto em benefício da sociedade.


Foco no Patrimônio – “A ideia de patrimônio vai além e amplia o entendimento sobre o tombamento de monumentos e edificações. O samba de roda do Recôncavo, a figura da baiana de acarajé, a capoeira, além do carnaval da cidade de Maragogipe (BA) são tesouros preservados e reconhecidos como identidade cultural do povo baiano”, disse o diretor do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), Frederico Mendonça, ao começar o painel sobre “Patrimônio Cultural: preservar por quê?”.

Segundo Mendonça, Salvador sofreu um processo de urbanização acelerada, sem contemplar a reestruturação natural do espaço, o que promoveu um amontoado de monumentos históricos em uma região específica do centro da capital baiana. “A relação entre patrimônio e o mercado imobiliário em expansão é uma disputa polêmica sobre a preservação do que é referência de identidade, versus a busca pela contemporaneidade”. Ele acredita que o tombar só se faz relevante através do seu uso. “Alguns prédios foram concebidos em uma realidade adversa a atual. 60% dos visitantes do Pelourinho desconhecem os motivos dessa área se tornar patrimônio mundial. A falta de acesso em locais tombados não é um problema, e sim um desafio a ser vencido”, concluiu. Participarão da mesa de abertura do evento a arquiteta e engenheira civil, Telma Vírgínia, representante da Fundação Mário Ferreira Leal, o Monsenhor Ademar Dantas, pároco da Catedral Basílica de Salvador e Rosana Lago, pela Comissão Civil de Acessibilidade de Salvador (COCAS).

Veja mais sobre o Seminário no próximo post.

Helane Bomfim
Ascom / Crea-BA

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