Edson Dalmonte
Resumo
Apesar de alguns autores tratarem os níveis de participação dos conteúdos jornalísticos em meios eletrônicos conhecidos como jornalismo participativo ou cidadão como iguais, a interação observadas em webjornais brasileiros e espanhóis apresenta distinções no trato da informação endereçadas pelos leitores. O ciberespaço, sobretudo a partir dos anos 90, abre espaço para que a sociedade interaja com os conteúdos jornalísticos publicados na internet e os webjornais, por sua vez, permitem cada vez mais que estes indivíduos interfiram no consumo e na implementação de todo material vinculado nos sites, por meio de estratégias de interatividade como espaços destinados a comentários da informação disponibilizada e/ou páginas exclusivas para a prática de envio de textos, fotos, vídeos e áudios, produzidos pó leitores.
Palavras-chave:
Webjornalismo, participação, análise do discurso.
Introdução
Toda interação social é dada através de um processo de comunicação. O ciberespaço, sobretudo a partir dos anos 90, abre espaço para que a sociedade possa interagir com os conteúdos jornalísticos na internet e, até, participar da produção dos mesmos. A prática do jornalismo participativo e cidadão promovem, além da construção de conhecimento, alterações na maneira dos elementos sociais interagirem entre si, estabelecendo vínculos em relação a interesses específicos no campo virtual.
Os webjornais, páginas eletrônicas dos jornais impressos, por sua vez, permitem cada vez mais que estes indivíduos interfiram no consumo e na implementação de todo material jornalístico, por meio de estratégias de interatividade como espaços destinados a comentários da informação disponibilizada e/ou páginas exclusivas para a prática de divulgação de textos, fotos, vídeos e áudios, todos de caráter noticioso, produzidos e enviados, exclusivamente, pelos próprios usuários, inclusive estrangeiros. Dentro do processo se estabelece clara distinção entre novos conceitos de participação.
Os ditos jornalismo participativo e jornalismo cidadão eram tidos como conceitos, até então, análogos, mas que na prática diferem entre si pela maneira que são executados. A percepção deste processo ocorre através da análise e observação dos webjornais espanhóis: El País e El mundo e os nacionais: carioca O Globo e gaúcho Zero Hora, através das ferramentas disponibilizadas por ambos para a efetivação de interatividade.
Segundo André Borges, através dos blogs e por existir um déficit de cobertura de assuntos setorizados, foi empregado o uso do que se convencionou chamar repórter-abelha.
“O New press tem explorado a cobertura de assuntos extremamente localizados, aproveitando a lacuna gerada por grandes jornais impressos que, devido às restrições financeiras, deixaram de editar cadernos regionais em cidades menores.(...) A idéia é fazer com que qualquer um passe a escrever, entrevistar, apurar fatos e enviá-los para a publicação. (...) Entre as iniciativas baseadas no que já se denomina por “jornalismo cidadão”, uma das maiores expressões é o jornal digital sul-coreano OhMyNews.(...) O jornal, criado no início de 2000, foi um dos primeiros a radicalizar esse novo tipo de produção de notícias. Sob o slogan “cada cidadão é um repórter o jornal on-line iniciou as operações com 4 jornalistas e hoje já conta com 800 colaboradores.” (Borges,2004, p- 47)
A iniciativa do webjornal citado por Borges tratou de incitar os conceitos de cidadania e responsabilidade entre os colaboradores remunerados com U$1,00 (um dólar) por notícia publicada.
“Além dos coreanos, o mundo da mídia passou também a olhar com mais atenção ara o MhMyNews. Principalmente depois que o jornal eletrônico recebeu investimentos de 5,2 milhões de dólares para ampliar suas operações (...) e tem como umas metas consolidar as operações da OhMyTV, especializada em projetar vídeos enviado pelos colaboradores”. (BORGES, 2004, p-48.)
Segundo Antônio Fidalgo, “O jornalismo cidadão advoga um jornalismo de todos para todos, não fazendo distinção entre a informação dada por qualquer cidadão e a informação dada por um jornalista”(FIDALGO, 2002, p-1). Fidalgo diz ainda que: “Os processos informativos lineares do jornalismo enquanto discurso unilateral está a ser substituídos por processos multilaterais, onde a informação evolui para uma espécie de “conversa” ou “seminário” onde todos fazem ouvir a sua voz”.
O que se percebe entre os dois discursos é uma clara identificação de diferentes processos de interação. Enquanto um promove a produção de conteúdos movida por um senso de cidadania e responsabilidade, gerada pela falta de profissionais que realizem a atividade jornalística necessária, o outro diz que a participação fica em torno de conversas virtuais criadas a partir de um conteúdo jornalístico publicado onde cada cidadão quer que sua “voz” ou a sua opinião seja ouvida.
Na defesa de um jornalismo de base, de cidadãos para cidadãos, (Gillmor apud Fidalgo, p-2) afirma por diversas vezes, ao longo do livro, que os seus leitores sabem mais do que ele e que isso altera radicalmente a forma como se faz jornalismo.
“(...) algum leitor que, de uma maneira ou de outra, sabe mais que o jornalista que dá a notícia ou que pelo menos pode contribuir com informação adicional relevante para o assunto. Se a prática do jornalismo empresarial é a de ignorar os possíveis contributos dos seus leitores, de manter uma clara divisão de tarefas, onde os jornalistas informam e os leitores são informados, o jornalismo cidadão deve reconhecer que os leitores têm desde logo uma palavra decisiva a dizer sobre o que lhes interessa, isto é sobre a feitura e selecção de notícias, e que, numa fase seguinte, devem ser incluídos como participantes de pleno direito no processo noticioso.(FIDALGO, p-3)
Apesar do autor empregar o termo “jornalismo cidadão”, o que observa-se é a interação do usuário através de comentários. Não acredita-se que os jornalistas abandonarão as posições de informadores do processo noticioso, mas de fato, neste processo, o cidadão participante pode adicionar informações que não são conhecidas pelo repórter. Neste ponto podemos chamar, sobre a participação do leitor em relação a um conteúdo publicado pelo webjornal, de jornalismo participativo.
O indivíduo e os processos de interação com os conteúdos webjornalísticos.
A teoria da enunciação e a análise do discurso como atração de novos sujeitos.
As transformações associadas à modernidade libertaram o indivíduo das amarras estáveis e tradições estruturais. Kuhn apud Dalmonte (2006, p.12) define como revolução parcial, toda vez que o paradigma deverá ser modificado sempre que se observar uma mudança profunda/estrutural nessa sociedade, mas que este é apenas modificado e não totalmente superado.
Dalmonte afirma que o indivíduo é um ser de ação. A globalização amplia os meios de comunicação e favorece especificamente a comunicação de massa, já que tem o poder de atingir o maior e mais diferenciado público possível. As mídias, por sua vez, concorrem entre sim para atingir e fidelizar a maior quantidade de usuários consumidores, sem se dar conta de que promove as tais mudanças estruturais de identidade no sujeito.
O que se vê nos conteúdos dos webjornais atualmente é a abertura dos portais para a participação do indivíduo, seja ela parcial ou integral. Para tanto, as redações digitais empregam ferramentas de atração destes usuários para que eles interajam e não sintam a necessidade de recorrer à concorrência para o consumo de conteúdos noticiosos.
Os estudos da Análise do discurso apontam para tais ferramentas como sendo contratos de leitura e contratos de comunicação, que se estabelece em relação ao receptor ou usuário do site. O Contrato de leitura, segundo Véron apud Dalmonte (2006, p-16), baseia-se em um conjunto de obrigações ou estratégias do enunciador, o reconhecimento de suas intenções, que pode marcar tanto a aproximação quanto o distanciamento em relação ao público. No processo de enunciação, onde o sujeito aparece no discurso, o enunciador tem posição marcada em relação ao receptor, ou destinatário da mensagem.
No contrato de comunicação irá prevê ações que decorrem do contrato entre enunciador e destinatário de maneira mais ou menos estável. (DALMONTE, 2006, p-16). Existe uma previsão das ações, ou seja, o enunciador tenta provocar um posicionamento discursivo de quem consome o assunto, com base no que acredita ser as expectativas do outro. (DALMONTE, 2006, P-16).
A teoria da enunciação, observada nos webjornais espanhóis: El Pais (www.elpais.es) e El Mundo (www.elmundo.es) e os nacionais: carioca O Globo( www.oglobo.com.br ) e gaúcho ZeroHora (www.zerohora.com.br) , vai usar de estratégias lingüísticas para atrair a atenção do sujeito e mantê-lo fixo nas páginas de cada webjornal. Uma das estratégias mais utilizadas é a abertura para a participação do usuário nos conteúdos noticiosos dos referidos sites através do hipertexto.
Seduzindo o leitor – um convite à participação
O hipertexto, segundo Dalmonte (2008, p-02), é o texto digital na internet, formado por links (endereços eletrônicos que direcionam o leitor a textos que guardam relação com o mesmo assunto), que estabelece ligações com outros textos, independentemente do formato – texto, áudio ou vídeo.
Mas para que estas ligações façam sentido e gere compreensão, Genette apud Dalmonte, sugere a noção do paratexto, pois todo conteúdo deve considerar a organização discursiva que envolve a apresentação, divulgação e disponibilização do material informativo na internet. Assim é possível encontrar nos paratextos produções verbais ou não. Segundo a etimologia grega o prefixo para aparece para modificar o texto (BAILLY apud DALMONTE, 2008, p-02).
“Conforme a etimologia de origem, tal prefixo indica: algo que se coloca perto de, ao lado de; a ação de receber ou apanhar qualquer coisa das mãos de alguém. Pode ser usado para exprimir a idéia de tempo, duração. Algo que acontece paralelamente a outra coisa. Ao compor a nova palavra, sinaliza uma organização textual que se coloca ao lado de uma outra, com a qual mantém uma relação direta; não de dependência, mas de continuidade. Os elementos que constituem o paratexto são: Título, subtítulo, intertítulos; prefácios, posfácios, preâmbulos, apresentação, etc.; notas marginais, de rodapé, de fim; epígrafes; ilustrações; dedicatória, tira, jaqueta [cobertura], e vários outros tipos de sinais acessórios, [...], que propiciam ao texto um entorno (variável) e às vezes um comentário, oficial ou oficioso, do qual o leitor mais purista e o menos inclinado à erudição externa nem sempre pode dispor tão facilmente quanto ele gostaria e pretende.”(GENETTE apud DALMONTE, 2008, p-02)
Dalmonte parafraseando Genette diz que estes elementos exercem uma dupla ação sobre o texto: o envolvem e o prolongam. Na perspectiva paratextual, o texto é ampliado pelos elementos que o envolvem, como os elementos pré-textuais e póstextuais, mas também pela rede de comentários, especializados ou não. Assim o paratexto consegue criar uma ambiência extra e intertextual.
O texto que fala de um assunto e textos que são criados ao redor daquele texto para falar dele e do assunto que trata. De maneira mais clara, e no caso dos webjornais, a matéria é intertextual e tudo que se comenta ou matérias que são “switadas”, ou seja, que geram outras matérias a partir daquela primeira são extratextuais. O mesmo pode ser considerado em relação aos comentários realizados pelos usuários dos webjornais. Os comentários são considerados, de acordo com a noção paratextual, como prolongamentos dos discursos.
Cabe então uma diferenciação conceitual dessa participação. O que se nota na página de ambos é a utilização do chamado jornalismo participativo e jornalismo cidadão. O jornalismo participativo é tido nesse trabalho de observação como a participação do usuário da página eletrônica dos webjornais espanhóis El País e El mundo e dos nacionais O Globo e Zero Hora, mas sem interferência do conteúdo produzido pelo webjornal.
Já o jornalismo cidadão é considerado aqui como os conteúdos produzidos pelos usuários: textos, vídeos, fotos. Percebe-se diferença nos níveis de participação e como ela é configurada. O que vale ressaltar é que todas as estratégias discursivas para que criem sentindo a um texto e atraiam a participação do leitor que irá interagir com o conteúdo ocasionando uma transtextualidade (GENETTE apud DALMONTE, 2008, p-03), ou seja, uma relação entre cidadão e o texto webjornalístico.
Os níveis de participação
Tanto no El País (figuras 1 e 2) quanto no O globo (figura 3) são disponibilizados espaços para criação de discussões sobre um dado assunto publicado e produzido por um jornalista do site. Estes espaços atraem o usuário a interagir com outros tantos, convidando-os a postar um comentário sobre a notícia. Como os comentários são abertos à leitura de qualquer pessoa que acesse o site, um fórum é criado abaixo da própria notícia, por sujeitos que se sentem partem do assunto, seja por afinidade, conhecimento ou pura curiosidade.
Figura 1 Figura 2
Figura 3
No El mundo( Figura 4 e 5), o único espaço para participação do usuário é na página “Opinión”, e a participação dar-se apenas através de comentários ao conteúdo opinativo postado pelo site. Nas matérias informativas e em outras editorias não existe espaço para participação do usuário.
Figura 4 Figura 5
No El País (Figura 6 – Comentário 57) foram encontradas, inclusive, postagens preconceituosas em relação ao assunto “Imigrantes”, proposta como assunto de discussão na página. Uma usuária chegou a dizer que se a lei de imigração não fosse assumida, corria-se o risco de uma “africanização” da Europa. O site controla o conteúdo que será publicado. Toda postagem passa por uma supervisão antes de entrar no ar. No momento da aprovação, um e-mail é enviado para o usuário informando que o comentário foi aprovado e que “está no ar”. O usuário precisa fazer um cadastro na própria página do webjornal para poder participar do fórum. A página permite, inclusive, postagens em outros idiomas. Nesse caso testamos com a língua portuguesa.
Figura 6
No Globo online uma ferramenta é disponibilizada para os usuários e acessada na própria página do e-mail. No momento que o participante se cadastra na página do O Globo, ele tem a opção de receber por e-mail a página principal do dia na Internet. O usuário não precisa sair do próprio e-mail para consumir as notícias que estão no site. Caso o leitor queira ler mais que as chamadas de capa, ele, no próprio e-mail, clica na notícia e é automaticamente direcionado para o site. Na página, ele poderá participar das discussões assim como no El País, apesar de que ele não recebe nenhuma notificação de aprovação.
Outro tipo de ferramenta que os webjornais estudados disponibilizam para seus usuários é que o próprio participante produza os conteúdos dos sites em páginas específicas para este fim. Nesse caso identificamos como a prática do Jornalismo cidadão. O jornalismo é feito pelo usuário. No El País, no menu do site Participa, o intenauta pode inclusive se tornar jornalista do site. Na sub-página“Yo, periodista” ( figura 7 e 8) todo o conteúdo é feito por usuários. Textos, fotos, reportagens, áudios, vídeos, é tudo postado, com supervisão do webjornal, mas sem intervenção no conteúdo de um profissional do site. O El País disponibiliza a página “Yo, peridodista”( Eu, jornalista, em português) para que o usuário, cliente fiel da página, produza e envie todo o conteúdo noticioso.
Figura 7 Figura 8
A distinção entre os dois tipos de jornalismo fica acentuada, pois no jornalismo feito pelo cidadão também existe a possibilidade de participação de outros usuários, votando nas notícias que merecem mais destaques conforme as estrelas pintadas em cor de abóbora abaixo da assinatura do autor, na própria figura 05. O El País abre sub-espaços dentro desta página para sub-seções como: Lo + curioso, Tráfico, Yo, crítico de cine, Logros , iudadanos, Música: conciertos y festivales, Viñetas, Yo, internauta, Yo recomiendo, Videodenuncia, Internacional, Yo, viajero, Yo, ecologista, Medioambiente, Sanidad, Educación, , Deportes, Cultura, Tecnología, Fotodenuncia .
O Globo Também utiliza a mesma estratégia para fidelizar seu usuário e amarrá-lo à página do webjornal. Na seção Eu, repórter ( figura 9 e 10), o internauta transformado em repórter age da mesma maneira que na página do espanhol El País. O usuário pode enviar conteúdos produzidos por ele mesmo, até com equipamentos com baixa qualidade de recursos como foto ou vídeos produzidos por celular.
Figura 9 Figura 10
No gaúcho Zero Hora (Figuras 11 e 12) há uma página específica para a participação do leitor, o Leitor-repórter. O próprio site faz o convite na abertura da página: “ Este é o canal de jornalismo participativo, colabore enviando textos, fotos, áudios e vídeos sobre os fatos que estão acontecendo em seu bairro, cidade ou região. É uma oportunidade de registrar as notícias ao seu redor. Aproveite e mostre a cara da sua comunidade”.
(http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/home.jsp?localizador=Zero+Hora/Zero+Hora/Leitor-Reporter&secao=lista§ion=Leitor-Repórter)
Figura 11 Figura 12
O Zero Hora diferente do El mundo e seguindo os conceitos de jornalismo participativo empregados pelo El Páis e O globo online, permite o leitor a postar comentários em matérias informativas por todas as editorias do webjornal. Além destas páginas de participação outras duas páginas são disponibilizadas para a participação dos usuários.
No El País a página é chamada de Opinió , onde o usuário volta a participar de um conteúdo produzido por profissionais do site e a interação se limita apenas a opinar sobre os conteúdos. Já na página do O Globo, esta mesma ferramenta de interação funciona da mesma maneira. A página convida o leitor a enviar opiniões sobre os conteúdos postados e produzidos pelo site. Mais uma vez fica caracterizado o jornalismo participativo.
O espanhol El Mundo (figura 13 e 14), por sua vez, só permite a interação do leitor em uma página específica do webjornal. Nela, editoriais e links que redirecionam o leitor a diferentes lugares da blogosfera disponibiliza ferramenta de postagem de comentários e ficar evidente que o jornal só permite a opinião do leitor e um espaço opinativo do próprio webjornal.
Figura 13 Figura 14
Considerações finais
Dentro do processo se estabelece clara distinção entre novos conceitos de participação: O jornalismo participativo e o jornalismo cidadão. Conceitos, até então tidos como análogos, mas que na prática se diferem pela maneira que são empregados. A percepção deste processo ocorre através da análise e observação dos webjornais espanhol El País e El Mundo e os nacionais O Globo, Zero Hora e as ferramentas disponibilizadas por ambos para a efetivação de interatividade.
Através da Análise do discurso e da Teoria da enunciação, observa-se a atração de novos e já existentes usuários, convidados a participar dos conteúdos, estabelecendo uma fidelização de “clientes” nas páginas eletrônicas. Desta maneira, os sites propõem vínculos com o leitor através das características próprias do webjornalismo: multimidialidade, interatividade, hipertextualidade, personalização, memória e atualização contínua.
A análise do discurso, segundo Dalmonte, considera estas ferramentas de interação muito relevantes para os processos de construção identidária. O Usuário só participa e interage com os conteúdos das páginas se sentir apto ou atraído a fazê-lo. Esta atração se dá pelo sentimento de pertencimento àquele universo que é cômodo para o internauta.
Em outras palavras, o sujeito fragmentado entende e se sente a vontade com os conteúdos e com as estratégias discursivas oferecidas pela página, fidelizando o cliente que não irá procurar em outros webjornais conteúdos que ele passa ter a certeza que já compreende na página que elegeu como favorita.
Os contratos de leitura se diferem pela forma como são apresentados. Termos, cores, gráficos, tudo é pensado para atrair um público específico. Mas não é pensada apenas a atração, como também a fixação destes como usuários fiéis e contínuos. A identidade é construída em duas vias: A primeira realizada pelo enunciador que busca estratégias para atração do usuário, e a segunda pelo usuário que se identifica com o conteúdo oferecido pelo webjornal.
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