Helane Carine Aragão
hcabomfim@gmail.com
Depois da crise gerada no mercado financeiro mundial pelo setor imobiliário estadunidense, o Brasil parece se sentir imune o suficiente para quase imitar o erro dos Estados Unidos.
Como indica a reportagem do jornal O Globo online, a idéia do governo é injetar, hoje, 29/10/2008, R$3 bilhões no setor da construção civil, para criar uma espécie de fundo para garantir empréstimos às construtoras e assim promover um aumento na produção de moradias. Até ai, tudo bem. O que me deixa intrigada é que as mesmas construtoras terão até três anos para pagar os empréstimos facilitados pela CEF com juros de 11% ao ano, mais TR. Para conseguir o dinheiro e quitar a dívida os construtores precisam vender as novas habitações aos futuros mutuários. Agora entra a questão: se com os salários recebidos mal dá para fazer o supermercado do mês, como é que as pessoas vão comprar a casa própria?
Há 40 dias estive em Madri e uma das coisas que mais me chamou a atenção foi a quantidade de imóveis colocados à venda através de anúncios nas janelas dos edifícios. Cheguei a comentar a minha constatação com um morador da cidade e este me disse que era por causa da crise. "E os espanhóis são super vidrados neste lance de ter uma casa própria. Muitos trabalham para isso!". Hoje o COPOM discute a taxa de juros que subiu 2,5 pontos em um ano. O salário mínimo continua estacionado em R$ 415,00 e a FGV vem divulgando aumentos acumulados já em alguns setores. Enquanto o governo em geral diz que não há com o que se preocupar, pois o Brasil está preparado para a crise, a declaração do próprio ministro da fazenda Guido Mantega é um pouco diferente. Ele já fala em recessão, mas não, ainda, em depressão.
Paguemos para ver. Ou melhor, o governo paga...
hcabomfim@gmail.com
Depois da crise gerada no mercado financeiro mundial pelo setor imobiliário estadunidense, o Brasil parece se sentir imune o suficiente para quase imitar o erro dos Estados Unidos.
Como indica a reportagem do jornal O Globo online, a idéia do governo é injetar, hoje, 29/10/2008, R$3 bilhões no setor da construção civil, para criar uma espécie de fundo para garantir empréstimos às construtoras e assim promover um aumento na produção de moradias. Até ai, tudo bem. O que me deixa intrigada é que as mesmas construtoras terão até três anos para pagar os empréstimos facilitados pela CEF com juros de 11% ao ano, mais TR. Para conseguir o dinheiro e quitar a dívida os construtores precisam vender as novas habitações aos futuros mutuários. Agora entra a questão: se com os salários recebidos mal dá para fazer o supermercado do mês, como é que as pessoas vão comprar a casa própria?
Há 40 dias estive em Madri e uma das coisas que mais me chamou a atenção foi a quantidade de imóveis colocados à venda através de anúncios nas janelas dos edifícios. Cheguei a comentar a minha constatação com um morador da cidade e este me disse que era por causa da crise. "E os espanhóis são super vidrados neste lance de ter uma casa própria. Muitos trabalham para isso!". Hoje o COPOM discute a taxa de juros que subiu 2,5 pontos em um ano. O salário mínimo continua estacionado em R$ 415,00 e a FGV vem divulgando aumentos acumulados já em alguns setores. Enquanto o governo em geral diz que não há com o que se preocupar, pois o Brasil está preparado para a crise, a declaração do próprio ministro da fazenda Guido Mantega é um pouco diferente. Ele já fala em recessão, mas não, ainda, em depressão.
Paguemos para ver. Ou melhor, o governo paga...
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