Poucas coisas na vida são tão impactantes quanto uma grande orquestra tocando num espaço pequeno. “Impactantes” é a palavra certa: o sonzão da banda nos bate no peito, nos cerca por todos os lados e nos derruba, quase que literalmente. Uma boa banda é empolgante em qualquer circunstância. Quando a circunstância é um bar onde o som não tem para onde ir a não ser pelos seus ouvidos, diretamente para suas entranhas, a experiência é inesquecível. Lembro que tive essa sensação quando ouvi a banda do Count Basie tocar no velho Birdland, em Nova York, há uns 200 anos. O Basie ainda era vivo e eu também. O Birdland que existe hoje, em outro endereço, é uma versão racionalizada do Birdland de então, um porão apertado, com o teto baixo. Você pagava a entrada, descia uma escada e podia escolher: para a esquerda tinha um cercado com cadeiras para quem só queria ouvir; para a direita, mesas para quem podia pagar mais, o que nunca era o meu caso. Ao primeiro acorde da banda do Count Basie, rebatido pelo teto baixo do Birdland, eu caí da cadeira. Exagero, mas foi como se.
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Tudo isso para contar que tive uma sensação parecida há poucos dias ouvindo a banda Mantiqueira no bar Tom Jazz, em São Paulo. A orquestra, com suas 13 figuras, ocupava quase metade do espaço do bar, sem contar o mezanino. Música brasileira de primeira qualidade, feita por virtuoses brasileiros, liderados pelo legendário Proveta no sax alto e clarinete, autor, também, da maioria dos arranjos. Casa lotada e entusiasmada. Ao primeiro ataque da banda, só não caí da cadeira, nem metaforicamente, por falta de espaço. Fantástico.
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Outra experiência inesquecível em São Paulo foi ouvir a Mônica Salmaso cantando num teatro com o André Mehmari. Só os dois, voz e piano. Uma das melhores vozes e um dos melhores pianos que você pode ouvir em qualquer lugar do mundo. E um repertório perfeito, que incluía o Senhorinha, do Guinga e do Paulo César Pinheiro, como se sabe a coisa mais bonita feita no Brasil depois da Patrícia Pillar.
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E já que estamos falando de prazeres musicais, não deixe de ouvir o novo CD do Edu Lobo. Novas composições do Edu (algumas com o acima citado Paulo César) e alguns prazeres antigos, como quatro canções feitas pelo Edu com o Chico Buarque para os musicais Cambaio e o antológico Grande Circo Místico
Zero Hora - 26/10/2010
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Tudo isso para contar que tive uma sensação parecida há poucos dias ouvindo a banda Mantiqueira no bar Tom Jazz, em São Paulo. A orquestra, com suas 13 figuras, ocupava quase metade do espaço do bar, sem contar o mezanino. Música brasileira de primeira qualidade, feita por virtuoses brasileiros, liderados pelo legendário Proveta no sax alto e clarinete, autor, também, da maioria dos arranjos. Casa lotada e entusiasmada. Ao primeiro ataque da banda, só não caí da cadeira, nem metaforicamente, por falta de espaço. Fantástico.
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Outra experiência inesquecível em São Paulo foi ouvir a Mônica Salmaso cantando num teatro com o André Mehmari. Só os dois, voz e piano. Uma das melhores vozes e um dos melhores pianos que você pode ouvir em qualquer lugar do mundo. E um repertório perfeito, que incluía o Senhorinha, do Guinga e do Paulo César Pinheiro, como se sabe a coisa mais bonita feita no Brasil depois da Patrícia Pillar.
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E já que estamos falando de prazeres musicais, não deixe de ouvir o novo CD do Edu Lobo. Novas composições do Edu (algumas com o acima citado Paulo César) e alguns prazeres antigos, como quatro canções feitas pelo Edu com o Chico Buarque para os musicais Cambaio e o antológico Grande Circo Místico
Zero Hora - 26/10/2010
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