Helane Carine Aragão
hcabomfim@gmail.com
Engraçado os assuntos que são noticiados nos jornais baianos. Leio o jornal da Metrópole todas as sextas-feiras - mais pelo costume que se iguala ao dos países europeus que lotam ônibus e metros diariamente com jornais gratuitos e que trazem assuntos diversos – que pelo conteúdo do folhetim. A intenção do Metrópole é louvável, pois disponibiliza leitura e informação para pessoas que preferem textos rápidos e temas que giram esfera social: política, economia, cultura e morte de animais, além de ser distribuído gratuitamente.
Essa sexta-feira um assunto me chamou a atenção e por este motivo nem li o resto do periódico. Em destaque, como matéria principal na última página do exemplar - Tudo bem que era a última! - foi publicada a morte de Godofredo, Godô, para os íntimos. O texto quase me fez chorar de comoção e de saudade por um ser que eu nem conheci e que se fez parecer humano. Godofredo, segundo o informativo de Mário Kertész, era inteligente e educado. Sabia recepcionar as pessoas e era muito mais que um cachorro, ou seja, um gentleman. Pasme!
O interessante é que a "matéria está acima de um espaço fixo no jornal, que informa datas de aniversários de personalidades que "deixaram saudade (ou não)". Entre os nomes aparecem: Irmã Dulce, Karl Marx, Tim Maia e o comediante Zacarias. É de se questionar se o texto era para compor um vazio por falta de assunto, ou - mais provável – o adeus do cãozinho sharpei merecia de fato ser noticiado. Afinal a despedida emocionada ao mascote rendeu declarações do antropólogo Roberto Albergaria, do próprio Mário Kertész e - Sente-se! - do ministro Geddel Vieria Lima (PMDB).
Tudo bem que a capa do jornal Correio da Bahia traz como fato principal desta sexta-feira a morte de uma jovem de 17 anos e que se investiga se a causa da morte foi por dengue hemorrágica. Fazer o quê? Ao nível da publicidade dispensada à gravidez de Cláudia Leitte ( ex-Babado, atual Guaraná Champagne), Godô é quase uma celebridade internacional. Fico tentando imaginar as últimas palavras em seu leito de morte. Teria sido au-au?
Talvez os valores morais e noticiosos da sociedade baiana estejam subvertidos e devam ser reanalisados. Talvez como membro da família Metrópole, Godô mereça mais atenção que um caso grave de saúde pública. Talvez eu deva comprar um cachorro e rever os meus conceitos. Talvez. Quanto será que custa um boxer?
hcabomfim@gmail.com
Engraçado os assuntos que são noticiados nos jornais baianos. Leio o jornal da Metrópole todas as sextas-feiras - mais pelo costume que se iguala ao dos países europeus que lotam ônibus e metros diariamente com jornais gratuitos e que trazem assuntos diversos – que pelo conteúdo do folhetim. A intenção do Metrópole é louvável, pois disponibiliza leitura e informação para pessoas que preferem textos rápidos e temas que giram esfera social: política, economia, cultura e morte de animais, além de ser distribuído gratuitamente.
Essa sexta-feira um assunto me chamou a atenção e por este motivo nem li o resto do periódico. Em destaque, como matéria principal na última página do exemplar - Tudo bem que era a última! - foi publicada a morte de Godofredo, Godô, para os íntimos. O texto quase me fez chorar de comoção e de saudade por um ser que eu nem conheci e que se fez parecer humano. Godofredo, segundo o informativo de Mário Kertész, era inteligente e educado. Sabia recepcionar as pessoas e era muito mais que um cachorro, ou seja, um gentleman. Pasme!
O interessante é que a "matéria está acima de um espaço fixo no jornal, que informa datas de aniversários de personalidades que "deixaram saudade (ou não)". Entre os nomes aparecem: Irmã Dulce, Karl Marx, Tim Maia e o comediante Zacarias. É de se questionar se o texto era para compor um vazio por falta de assunto, ou - mais provável – o adeus do cãozinho sharpei merecia de fato ser noticiado. Afinal a despedida emocionada ao mascote rendeu declarações do antropólogo Roberto Albergaria, do próprio Mário Kertész e - Sente-se! - do ministro Geddel Vieria Lima (PMDB).
Tudo bem que a capa do jornal Correio da Bahia traz como fato principal desta sexta-feira a morte de uma jovem de 17 anos e que se investiga se a causa da morte foi por dengue hemorrágica. Fazer o quê? Ao nível da publicidade dispensada à gravidez de Cláudia Leitte ( ex-Babado, atual Guaraná Champagne), Godô é quase uma celebridade internacional. Fico tentando imaginar as últimas palavras em seu leito de morte. Teria sido au-au?
Talvez os valores morais e noticiosos da sociedade baiana estejam subvertidos e devam ser reanalisados. Talvez como membro da família Metrópole, Godô mereça mais atenção que um caso grave de saúde pública. Talvez eu deva comprar um cachorro e rever os meus conceitos. Talvez. Quanto será que custa um boxer?
3 comentários:
Amiga... muito bom seu blog!!!
Eu sempre soube que você "dava pra essa coisa" de escrever!!!!
Muito bom!!!
Tenho certeza que seu sucesso será imenso e com muito bom humor e sarcasmo você consegue nos entreter e tornar um texto muito mais interessante!!
beijoss!!!
(Já mandou esse link pra rádio metrópole?!rsrsrs)
Amiga seu Blog ficou lindo , tudo haver com vc, amei.
Poxa amiga, tenha compaixão do pobre cachorrinho, vai ver ele era até famoso e esqueceram de nos contar, kkkkkkk
Particulamente não suporto o jornal Metrópole, sempre encontro erros de português e noticias desnecessarias.
Beijosss
no coração
Te adoloooo!!!
sully
Lane,
rsrsrsr...
Que viagem!
Inversão de valores: esse é o problema!
Bjsss
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