segunda-feira, 14 de abril de 2008

Quando faltam as palavras



Helane Carine Aragão



Que Fausto Silva, apresentador da rede Globo, fala demais, é fato. Chega a ser irritante a maneira com que o senhor dos domingos globais monopoliza o microfone – e o assunto. Contudo, vê-lo em uma saia justa perante seus convidados é deveras gratificante.

O ocorrido aconteceu este domingo, seis de abril, no quadro dança dos famosos. Ao conversar com um dos jurados, Faustão esqueceu o nome de uma delas, Adriane Grott, apresentadora do evento de moda Dream Fashion Tour, que acontece no dia 16 de abril em Salvador.

O mais patético foi o apresentador enrolar cerca de 30 segundos, ao vivo, ao microfone, enquanto procurava o nome da convidada nos papéis que tinha na mão. Os câmeras não contribuíram para amenizar o “mico” e mantiveram o foco no apresentador, intercalando com a imagem de desconcerto da modelo.

Encontrado o nome de Adriane - que mais parece a Jaqueline, participante do Big Brother Brasil 8 - o apresentador passou a palavra para Arnaldo Cesar Coelho, participante do programa esportivo Bem amigos do apresentador Galvão Bueno, transmitido pela SportTv.

Desta vez foi o ex-arbitro que esqueceu o nome do técnico do grêmio, Celso Roth, que seria entrevistado logo mais a noite. Talvez o esquecimento e a falta de atenção, e cuidado, com os entrevistados possam ser explicados pelo estrelismo. O mais importante é falar o que se pensa - ou o que se acha - que com quem se fala, nem o que este teria a dizer.

Parece sina de apresentador. Muitos comentários a respeito de Jô Soares e a mesma patologia, a do monopólio do microfone e do assunto tratado, já eram discutidos entre quem assistia ao programa. O fenômeno parece ser global, pelo menos na rede Globo – trocadilhos em merecidas proporções. Há quem desligue o áudio da TV quando o jogo é irradiado por Galvão Bueno.


O que se vê é uma inversão de papéis. Os apresentadores, ao que parece, gostariam de ser as únicas atrações e as únicas especiais. O estrelismo talvez suba à cabeça. Talvez o uso de um ponto auditivo o ajudasse, pois alguém sopraria o nome da modelo no ouvido e o salvaria do constrangimento. Talvez, a intenção seja mostrar que sabe-se sobre o assunto que está sendo abordado. Quem sabe até, saber mais que os próprios entrevistados.


Mas que ficou feio a embromação ao vivo, isso ficou! Ah, se ficou...

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